Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
A Revista de Arquitectura está catalogada como uma publicação de acesso aberto. Mais informações >>>
Os autores conservarão os direitos autorais e garantirão à Revista de Arquitectura o direito de primeira publicação da obra, o qual estará simultaneamente sujeito à licença Creative Commons (Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional CC BY-NC).
Os autores assinarão uma licença não exclusiva de distribuição da versão da obra publicada mediante a assinatura do documento RevArq FP03 Autorização para reprodução de artigo.
O autoarquivamento estará de acordo com os critérios expressos pelo SHERPA/RoMEO e pela classificação verde.
Para ver esses lineamentos, por favor, consultar >>>
Resumo
O trabalho em home office transformou-se em rotina no cotidiano da sociedade global, em decorrência da pandemia da covid-19. No novo contexto, os espaços familiares de moradia e convivência tiveram de ser adaptados para atividades remotas on-line. Inicialmente positiva, essa modalidade foi impactada pelo ambiente inadequado e pela ergonomia, afetando a saúde física e mental dos indivíduos, causando ansiedade, insegurança quanto aos objetivos e às metas a serem alcançados e, consequentemente, diminuindo a satisfação inicial e apresentando oscilações de produtividade. Com base em pesquisa realizada junto aos usuários de home office, este artigo traz a análise da percepção desses indivíduos sobre a produtividade obtida nos espaços adaptados e demonstra que a visão sobre a constituição desse local de trabalho não corresponde ao que a literatura preconiza como agradável e produtivo. Como resultado da pesquisa, o artigo apresenta uma forma de melhorar e aumentar a produtividade e a saúde de seus usuários, e propõe diretrizes para o desenvolvimento de projetos e adaptações de ambientes residenciais para home office, com base nos conceitos de neuroarquitetura, ergonomia física e cognitiva, design biofílico e experiência do usuário (UX). A aplicação das diretrizes propostas possibilitará a criação de um ambiente saudável, produtivo e adequado ao bem-estar de quem o utiliza.
Palavras-chave:
Referências
Alexandre, N. M. C. & Coluci, M. Z. O. (2011). Validade de conteúdo nos processos de construção e adaptação de instrumentos de medidas. Ciência & Saúde Coletiva, 16, 3061-3068. https://doi.org/10.1590/S1413-81232011000800006
Associação Brasileira de Normas Técnicas. (2020). Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. ABNT/NBR 9050:2020. https://www.canoas.rs.gov.br/wp-content/uploads/2020/07/norma-abnt-NBR-9050-2015-emenda-1-2020.pdf
Azzazy, S., Ghaffarianhoseini, A., GhaffarianHoseini, A., Naismith, N. & Doborjeh, Z. (2021). A critical review on the impact of built environment on users’ measured brain ac-tivity. Architectural Science Review, 64(4), 319-335. https://doi.org/10.1080/00038628.2020.1749980
Barros, A. (2020, 31 jul.).Trabalho remoto cai pela primeira vez com flexibilização do dis-tanciamento social. Agência IBGE Notícias. https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/28417-trabalho-remoto-cai-pela-primeira-vez-com-flexibilizacao-do-distanciamento-social
Bower, I., Tucker, R. & Enticott, P. G. (2019). Impact of built environment design on emo-tion measured via neurophysiological correlates and subjective indicators: A sys-tematic review. Journal of Environmental Psychology, 66, 101344. https://doi.org/10.1016/j.jenvp
Bragança, P. A. C. D. F. & Marcos, C. (2014). Conforto ambiental — Iluminação, cores, ergo-nomia, paisagismo e critérios para projetos. Editora Saraiva.
Brant, R. & Mourão, H. C. (2020). Desafios do teletrabalho na pandemia covid-19: quando o home vira office. Caderno de Administração, 28, Edição E, 71-75. https://doi.org/10.4025/cadadm.v28i0.53637
Choi, Y., Kim, M. & Chun, C. (2015). Measurement of occupants’ stress based on electro-encephalograms (EEG) in twelve combined environments. Building and Environ-ment, 88, 65-72. https://doi.org/10.1016/j.buildenv.2014.10.003
Costa, L. V. (2013). Construction and validation of a scale of perception of success in ca-reer. Careers and People Magazine (ReCaPe), 3(1). https://doi.org/10.20503/recape.v3i1.15435
Eberhard, J. P. (2009a). Brain landscape: The coexistence of neuroscience and architecture. Oxford University Press. https://doi.org/10.1093/acprof:oso/9780195331721.001.0001
Eberhard, J. P. (2009b). Applying neuroscience to architecture. Neuron, 62(6), 753-756. https://doi.org/10.1016/j.neuron.2009.06.001
Epstein, R. & Kanwisher, N. (1998). A cortical representation of the local visual environ-ment. Nature, 392(6676), 598-601. https://doi.org/10.1038/33402
Epstein, R., Harris, A., Stanley, D. & Kanwisher, N. (1999). Neuron. The parahippocampal place area: Recognition, navigation, or encoding? Neuron, 23(1), 115-125. https://doi.org/10.1016/S0896-6273(00)80758-8
Gage, F. H. (2003, 8-10 maio). Neuroscience and architecture. Em AIA Convention. San Diego, Califórnia: AIA. https://doi.org/10.1523/JNEUROSCI.22-03-00612.2002
Gondim, S. & Borges, L. O. (2020). Significados e sentidos do trabalho do home-office: desafios para a regulação emocional. SBPOT, Temática, 5. http://emotrab.ufba.br/wp-content/uploads/2020/05/SBPOT_TEMATICA_5_Gondim_Borges.pdf
Grinde, B. & Patil, G. G. (2009). Biophilia: Does visual contact with nature impact on health and well-being? International journal of environmental research and public health, 6(9), 2332-2343. https://doi.org/10.3390/ijerph6092332
Guérin, F., Kerguelen, A., Laville, A., Daniellou, F. & Duraffourg, J. (2001). Compreender o trabalho para transformá-lo: a prática da ergonomia. Edgar Blucher.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2010). Censo Demográfico. Trabalho e Ren-dimento. https://censo2010.ibge.gov.br/apps/mapa/
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2021). Desocupação, renda, afastamentos, trabalho remoto e outros efeitos da pandemia no trabalho. http://covid19.ibge.gov.br/pnad-covid/trabalho.php
Karakas, T. & Yildiz, D. (2020). Exploring the influence of the built environment on human experience through a neuroscience approach: A systematic review. Frontiers of Ar-chitectural Research, 9(1), 236-247. https://doi.org/10.1016/j.foar.2019.10.005
Kellert, S. R. (2012). Building for life: Designing and understanding the human-nature con-nection. Island press.
Kellert, S. R. & Calabrese, E. (2015). The practice of biophilic design. Terrapin Bright LLC. https://biophilicdesign.umn.edu/sites/biophilic-net-positive.umn.edu/files/2021-09/2015_Kellert%20_The_Practice_of_Biophilic_Design.pdf
Liu, J., Chen, Q. & Dang, J. (2021). Examining risk factors related to digital learning and social isolation: Youth visual acuity in COVID-19 pandemic. Journal of Global Health, 11. https://doi.org/10.7189%2Fjogh.11.05020
Mager, G. B. & Merino, E. (2012). A contribuição da ergonomia no design de home offices. http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/1839
Marinho, M., Libório, F. H. V. & Paschoarelli, L. C. (2021). Percepção de usuários de home office — Análises das demandas ergonômicas e recomendações para o design. Em: W. J. Jorge & I. P. de Souza, (orgs.), Ciências humanas, sociais e suas tecnologi-as: percepções teóricas e aplicações. [E-book, pp. 8-19]. Uniedusul. http://dx.doi.org/10.51324/86010718.1
Mendes, D. C., Hastenreiter Filho, H. N. & Tellechea, J. (2020). A realidade do trabalho ho-me office na atipicidade pandêmica. Revista Valore, 5, 160-191. https://revistavalore.emnuvens.com.br/valore/article/view/655
Neufert, E. (2013). Arte de projetar em arquitetura. (B. Franco, trad.; 18ª ed.). Gustavo Gili. https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/7278709/mod_resource/content/1/Neufert%20extrato.pdf
Ogata, A. J. N, Pinto, A. C., Pereira, V. S., Lourenço, V., Andrade, Y. & Malik, A. M. (2020). Relatório técnico I — Impacto na saúde e no bem-estar do trabalho em regime de home-office durante a pandemia de SARS-COVID-19. https://www.impacto.blog.br/site/wp-content/uploads /2020/08/relatorio-tecnico_saude-e-bem-estar-home-office_gv-saude_i_Ao.pdf
Paschoarelli, L. C. & Silva, J. C. P. (2006). Design ergonômico: uma revisão dos seus as-pectos metodológicos. Conexão-Comunicação e Cultura, 5(10). http://www.ucs.br/etc/revistas/index.php/conexao/article/view/223/214
Pallasmaa, J. (2009). Os olhos da pele: a arquitetura e os sentidos. Artmed Editora.
Rocha, R. (2020). Home office afeta saúde mental de 4 em cada 10 funcionários. O Tem-po. https://www.otempo.com.br/economia/home-office-afeta-saude-mental-de-4-em-cada-10-funcionarios-1.2415541
Segerstrom, S. C. & Miller, G. E. (2004). Psychological stress and the human immune sys-tem: A meta-analytic study of 30 years of inquiry. Psychological Bulletin, 130(4), 601. https://doi.org/10.1037/0033-2909.130.4.601
Silva, V. L. A. & Bormio, M. F. (2016). A importância do uso ergonômico da cor na interface ambiente x usuário. Em 1º Congresso Internacional de Ergonomia Aplicada. Blu-cher Engineering Proceedings, 3(3), 666-673. https://www.proceedings.blucher.com.br/article-details/a-importncia-do-uso-ergonmico-da-cor-na-interface-ambiente-x-usurio-25094
Solís, A. M. E. & Herrera, N. L. R. (2017). El espacio físico y la mente: Reflexión sobre la neuroarquitectura. Cuadernos de Arquitectura, 7(7), 41-47. http://cuadernos.uanl.mx/pdf/num7/CUADERNOS_2017_FULL.pdf
Tham, K. W. & Willem, H. C. (2010). Room air temperature affects occupants’ physiology, perceptions and mental alertness. Building and Environment, 45(1), 40-44. https://doi.org/10.1016/j.buildenv.2009.04.002
The Federation of European Heating, Ventilation and Air conditioning Associations (REHVA) (2006). Rheva Guide, 6. https://www.rehva.eu/fileadmin/Promotional_material/Brochures/REHVA_new_brochure_04.03.2015.pdf
Tripi, S. & Mattei, G. (2020). COVID-19 and Public Administration: Implications of smart working for management and workers’ mental health. DEMB Working Paper Series, 171. Unimore. http://155.185.68.2/wpdemb/0171.pdf
Villarouco, V. & Andreto, L. F. M. (2008). Avaliando desempenho de espaços de trabalho sob o enfoque da ergonomia do ambiente construído. Prod., 18(3), 523-539. https://doi.org/10.1590/S0103-65132008000300009
Xiao, Y., Becerik-Gerber, B., Lucas, G. & Roll, S. C. (2021). Impacts of working from home during COVID-19 pandemic on physical and mental well-being of office workstation users. Journal of Occupational and Environmental Medicine, 63(3), 181. https://doi.org/10.1097%2FJOM.0000000000002097
Zarrabi, M., Yazdanfar, S. & Hosseini, S. (2021). COVID-19 e as preferências de um lar sau-dável: o caso de residentes de apartamentos em Teerã. Journal of Building Engi-neering, 35, 10. https://doi.org/10.1016/j.jobe.2020.102021